Rede Estadual tem seu melhor desempenho da história na Olimpíada Brasileira de Matemática


Foram 22 medalhas e, pela primeira vez, as escolas estaduais somaram quatro ouros; em nível regional, o quantitativo de medalhas sobe para 76

A rede estadual de ensino de Alagoas teve seu melhor desempenho na história da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e conquistou, pela primeira vez, quatro medalhas de ouro na etapa nacional da competição, somando, ao todo, 22 medalhas.  Nos 18 anos de existência da olimpíada, o melhor resultado das escolas estaduais havia sido duas medalhas de ouro na edição 2019 e outras duas na edição 2021.

Destas 22 medalhas, além dos quatro ouros, foram conquistadas três pratas e 15 bronzes. Quando somados às 250 Menções Honrosas em nível nacional – quando estudantes de todo o país competem entre si -, o número de premiados da rede estadual sobe para 272. Quando somadas as medalhas das escolas municipais, privadas e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), o número de medalhistas de Alagoas na etapa nacional da Obmep 2023 passa para 75 – 6 ouros, 17 pratas e 52 bronzes. A rede estadual teve ainda seis professores e quatro escolas premiadas.

Por outro lado, na edição 2023, a Obmep também aumentou o quantitativo de premiações: além das 650 medalhas de ouro, 1.950 de prata e 5.850 bronzes que serão distribuídos nacionalmente, a olimpíada também vai entregar mais 20,5 mil medalhas para as premiações regionais que contemplarão os estudantes com os melhores desempenhos de cada estado. Em toda Alagoas, serão 314 medalhas para a premiação regional, dos quais 24 são ouros, são pratas e 218 são bronzes. Pela rede 76 estudantes conquistaram premiação regional, sendo 7 de ouro, 17 de prata e 52 de bronzes. Estudantes que foram premiados tanto na etapa regional quanto na nacional receberão as duas medalhas na cerimônia de premiação, a qual deve ocorrer no segundo semestre de 2024.

O coordenador da Obmep em Alagoas, professor Adelailson Peixoto, do Instituto de Matemática da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), faz uma avaliação positiva do desempenho do estado na competição. “Tivemos o melhor resultado numa mesma edição, igualando a marca de quatro anos atrás, quando também obtivemos seis ouros – este ano foram cinco da rede pública e um da rede privada. Pouco mais de 70% dos municípios alagoanos tiveram alunos premiados, o que demonstra que a olimpíada está conseguindo mudar a percepção da matemática na maioria das escolas alagoanas”, comemorou.

Reconhecimento

No último dia 22, a secretária de Estado da Educação, Roseane Vasconcelos, recebeu um grupo de medalhistas no gabinete da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), no Cepa. Na ocasião, ela destacou o orgulho pelo resultado alcançado pelos estudantes. “A matemática ainda é vista como uma disciplina difícil de se aprender e, por isso, a conquista de vocês orgulha a todos que fazem a rede estadual. E não podia deixar de parabenizar também os professores que os incentivaram a participar da olimpíada e os treinaram para a prova. Estendo ainda meus cumprimentos aos pais aqui presentes que, com certeza, também estão muito orgulhosos de vocês”, frisou a secretária.

Os medalhistas também destacaram a magnitude do desempenho da rede estadual na competição e falaram de suas experiências pessoais com a olimpíada.

Medalhista de ouro nas etapas nacional e regional, Paulo Diego Vasconcelos Neves, da Escola Estadual Ovídio Edgar, disse que ficou surpreso com o resultado. “Soube das medalhas pelos meus amigos e quase não acreditei. É muito gratificante fazer parte de um projeto tão extenso como a Obmep”, disse.

Seu irmão Pedro Henrique, também da Ovídio Edgar, dá a dica para conquistar uma medalha. “Não é difícil, basta estudar e se esforçar que você consegue”, afirma Pedro, prata na etapa regional e Menção Honrosa na nacional.

 

Outra medalhista de ouro em ambas as etapas, Lara Ilkeliane Lopes, da Escola Estadual Noel Nutels, vibrou com seu resultado. “Quando vi meu nome na lista de medalhistas e vi que tinha sido ouro, dei um grito e quase assustei minha mãe”, divertiu-se a garota. Ela agradeceu ao apoio do seu professor, Cleverton da Paz. “Ele me ajudou a fazer questões de provas antigas e tirou muitas dúvidas”, lembrou a garota.

Foco e incentivo

Medalhistas de prata na etapa nacional e ouro na regional, Amon Chalegre, da Escola Estadual Moreira e Silva, e Clara Beatriz Caetano, da Escola Estadual Jornalista Raul Lima, já vêm de conquistas em outras edições da Obmep: Amon é trimedalhista, com dois bronzes em 2019 e 2022 e a prata em 2023, enquanto Clara veio de um bronze em 2022.

“Todos os meus professores, seja os da Moreira e Silva, seja os da Ufal que atuam nos programas PIC e NES, incentivaram-me a buscar mais conhecimento e a crescer como pessoa. Além disso, sou grato também aos meus amigos do PIC e do NES, pois todos nós inseridos nesse mundo de olimpíadas vibramos com o sucesso um do outro e nos incentivamos”, contou Amon.

Já Clara destaca o aumento da presença feminina na premiação – além dela, outras sete estudantes conquistaram medalhas, o que representa 36,3% do total de medalhistas da rede estadual na competição. “Sinto-me lisonjeada por integrar este grupo e mostrar que as meninas também têm talento para as exatas. Fiquei muito feliz com minha pontuação e agradeço aos meus professores e a minha família que sempre me incentivou”, frisou.

Medalhistas de bronze, Maria Karleandra Lima, da Escola Estadual Teotônio Vilela, e Adryan Barbosa e Kyria Letícia de Almeida, da Escola Estadual Padre Cabral, são unânimes ao afirmarem que, com foco e estudo, qualquer pessoa pode conseguir uma medalha olímpica.

“Conquistar uma medalha não é impossível, basta estudar e prestar atenção nas aulas”, orientou Karleandra. “Não precisa ser gênio. No meu caso, o que fiz foi estudar duas horas por dia, assistir videoaulas e fazer questões de provas antigas”, complementou Kyria. “Ninguém nasce sabendo matemática. Tenho excelentes professores e presto atenção nas aulas. Foi assim que conquistei a medalha”, relatou Adryan.

Orgulho

Professores, gestores e pais dos medalhistas também estiveram presentes na Seduc e não esconderam o orgulho pela conquista dos medalhistas.

“Estamos muito felizes, pois nossa escola, que já havia conquistado ouro em duas ocasiões com o estudante João Vitor, agora, pela primeira vez, teve mais de um medalhista em uma mesma edição com a Kyria e o Adryan”, celebrou Aléssia Pontes, diretora-geral da Padre Cabral, “Ficamos lisonjeados de ter a Clara medalhista pela segunda vez consecutiva”, declarou Maria Francisca Mendes, gestora da Raul Lima.

Professores de Lara e Clara, Cleverton da Paz e João Vítor Gabriel falam do potencial de suas medalhistas. “A Lara é muito dedicada e, durante todo o ano, ficou treinando questões de outras provas. Ela tem um potencial enorme e não tenho dúvida de que ela voltará a brilhar”, estimou Cleverton. “Clara está quebrando tabus e mostrando o talento feminino para as exatas. Não podia estar mais orgulhoso”, disse João Vítor.

Já os pais e mães presentes também falaram da alegria pela conquista e do talento dos seus filhos para a matemática. “Ele herdou a paixão pela matemática da nossa família, mas essa conquista é fruto do empenho dela”, evidenciou Carla Betânia de Lima, mãe de Clara. “Tenho um orgulho imenso dos meus filhos Pedro e Paulo e de todos os alunos que se esforçaram para conquistar algo melhor para si por meio dos estudos. Como pais, vibramos muito por eles”, falou Fabrícia Vasconcelos, mãe de Pedro e Paulo.

Também estiveram presentes ao encontro com a secretária Roseane a secretária Executiva de Gestão da Rede Estadual de Ensino, Sandra Vitorino; a titular da 1ª Gerência Especial de Educação, Anne Kelly Martins; os diretores Ofélia Altoé, da Escola Estadual Moreira e Silva; Daython Alexandre, da Escola Estadual Teotônio Vilela; José Flávio Martins, da Escola Estadual Noel Nutels e Erisvaldo Pedrosa, adjunto da Escola Estadual Padre Cabral e pais dos estudantes premiados.

Premiados

Confira abaixo a lista dos premiados da rede estadual na etapa nacional da Obmep 2023:

 

Estudantes medalhistas

 

Ouro

1.     Isac Vinicius Xavier Rocha – Escola Estadual Alberto Torres – Maceió;

2.     Nicolas Lima Lopes de Araújo – Escola Estadual Dr. Jorge de Lima – União dos Palmares;

3.     Lara Ilkelliane Lopes de Araújo – Escola Estadual Noel Nutels – Maceió;

4.     Paulo Diego Vasconcelos Neves – Escola Estadual Ovídio Edgar – Maceió.

Prata

1.     Letícia Bispo de Lima – Colégio Tiradentes da Polícia Militar-Unidade Agreste – Arapiraca;

2.     Clara Beatriz de Lima Caetano – Escola Estadual Jornalista Raul Lima- Maceió;

3.     Amon Chalegre Gomes Vanderlei- Escola Estadual Moreira e Silva – Maceió.

 

Bronze

1.     Ruan Carlos da Silva Ribeiro – Colégio Tiradentes da Polícia Militar -Unidade Agreste- Arapiraca;

2.     João Victor Medeiros de Moraes – Colégio Tiradentes da Polícia Militar – Unidade Maceió;

3.     Adryan Gabriel Barbosa Gomes – Escola Estadual Padre Cabral – Maceió;

4.     Kyria Letícia Lima de Almeida – Escola Estadual Padre Cabral, Maceió;

5.     Débora Victória Silva dos Santos – Escola Estadual Maria José Loureiro – Maceió;

6.     Anna Clara Buarque Noberto – Colégio Tiradentes Maceió;

7.     Cláudia Manuelly Soares Santos – Colégio Tiradentes da Polícia Militar -Unidade Agreste- Arapiraca;

8.     João Filipe Paulino da Silva – Colégio Tiradentes da Polícia Militar -Unidade Agreste- Arapiraca;

9.     Wellyson Nogueira Gomes -Escola Estadual Xingó I (Unex I) – Piranhas;

10. Sávio Rafael Cordeiro – Colégio Tiradentes da Polícia Militar -Unidade Agreste- Arapiraca;

11. Maria Karleandra Lima Santos – Escola Estadual Teotônio Vilela- Maceió;

12. Luiz Arthur da Silva Costa- Escola Estadual Moreira e Silva – Maceió;

13. Carlos Messias Cavalcante- Escola Estadual Padre Aurélio Góis- Junqueiro;

14. José Rafael Freitas de Melo – Escola Estadual José Sena Dias- Piranhas;

15. Estevão Albuquerque dos Santos – Escola Estadual Padre Aurélio Góis- Junqueiro.

 

Professores premiados

 

Nadynne Maria Amaral de França- Escola Estadual Teotônio Vilela – Maceió;

Antônio Rodrigues – Escola Estadual Edmilson Pontes – Maceió;

João Victor da Silva Gabriel – Escola Estadual Jornalista Raul Lima- Maceió;

Ledivaldo Gomes de Melo – Escola Estadual Manoel de Matos – Santana do Mundaú

João Batista da Silva – Escola Estadual Padre Teófanes- São José da Laje;

Fábio Bispo dos Santos – Escola Estadual Dr Jorge de Lima- União dos Palmares.

 

Escolas premiadas

 

Escola Estadual Marques da Silva – Belém;

Escola Estadual Álvaro Paes- Coité do Nóia

Escola Estadual Egídio Barbosa- Palmeira dos Índios

Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino da Silva – Palmeira dos Índios

Fonte: Agência Alagoas

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