Um país chamado Brasil, de dimensão Continental, com uma população de cerca de 210 milhões, levantou a autoestima do povo nas duas primeiras décadas do XXI, com superávit da balança comercial, geração de emprego e renda em patamares de nação desenvolvida, inserção de filhos de trabalhadores na universidade, formação técnica, moradia, transporte, melhoria na qualidade de vida da maioria, enfim, criou expectativas e sonhos na classe média e baixa.
O quadro de satisfação da maioria provocou a ira da minoria encastelada no andar de cima, a denominada elite brasileira subserviente dos interesses do capital internacional, instalada na Avenida Paulista. A classe média, acreditando fazer parte do mesmo condomínio, atendeu aos afagos e lamentações dos moradores de cima, acabou caindo no encanto do “patinho amarelinho” e foi protestar contra sem-terra, bolsa família, aposentadoria, impeachment da presidente Dilma, prende o principal líder opositor, o ex-presidente Lula, tudo sob o manto de combate a corrupção. Feliz e radiante!
E os resultados dos protestos? Em sequência: deposição da presidente eleita democraticamente, aprovação da Proposta de Emenda Constitucional para limitar os gastos com o serviço publico (salário, saúde, educação, estrada, moradia, água, esgoto) e Reforma Trabalhista, e, de quebra, para consolidar o projeto das elites, eleger o presidente que atendesse aos seus interesses. Tendo no ex-governador Geraldo Alckmim como candidato dos sonhos, frustra-se por não ter decolado nas pesquisas, alia-se ao candidato da extrema-direita, com o slogan “Bolsodoria”.
O pacto fechado, Bolsonaro é eleito presidente do Brasil. O sonho virou pesadelo e o início do purgatório da classe média: perda salarial, pesadelo de não decolar para Europa e Estados Unidos, Reforma da Previdência, Plano Saúde, aumento do preço da carne vermelha, aumento dólar, dentre outros.
No andar de baixo, explode a aflição: desemprego, fim das garantias trabalhistas e da previdência social, aumento do trabalho informal e precarizado, desmatamento, desassistência social, sucateamento das universidades públicas.
Como consequência, o Brasil atola-se numa profunda crise política social, política e econômica sem precedente em sua história, navegando em águas turvas e perigosas conduzido por um comandante que aciona os motores para aumentar ainda mais as ondas. Com tanta turbulência em volta, e alimentada pela incapacidade de quem conduz não se sabe onde vai chegar: parte da população a bordo esperneia, outra parte apela para forças extraterrestres, enquanto a grande maioria se encontra em estado obnubilado.
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