O NEGACIONISMO E OUTROS MITOS


O negacionismo está em evidência no Brasil atual, ou seja, uma descabido revisionismo histórico na tentativa de usar politicamente os fatos em proveito próprio ou partidário.

Tal revisionismo institui uma série de falsificação no processo de reconhecimento da legitimidade científica, uma vez que esse revisionismo infundado, ou irracionalista, não é proveniente de um rigor metodológico científico das fontes históricas. Mas, fundado na manipulação discursiva dos fatos e das teorias conspiratórias.

O negacionismo histórico é o responsável por tentar silenciar todos os aspectos inumanos do período nazista da história. Essa corrente ainda tenta falsificar o acontecimento histórico atribuindo aos movimentos de esquerda o horror da barbárie Nazista.

 A humanidade foi inserida numa escuridão profunda diante do movimento nazista que hoje o negacionismo propõe um revisionismo infundado e político. Um movimento inumano.

Hitler mandou que as execuções dos conspiradores fossem filmadas para seu próprio prazer visual – corpos atormentados pelas contorções mais torturantes pendendo de ganchos de açougue. Mais tarde Goebbel fez questão de que estes filmes fossem exibidos em público. Certamente destinavam-se a intimidar os opositores de regime, mas, ao mesmo tempo, pretendiam transmitir uma ideia da determinação e crueldade do nazismo (EKSTEINS, 1991.p. 400).

O revisionismo no Brasil tenta legitimar o golpe de 1964 como revolução. Na verdade, o golpe de abril expressou concretamente o posicionamento autocrático de uma democracia burguesa. O negacionismo histórico tenta confundir o processo da pesquisa histórica a partir do bombardeamento das Fake News  que:

[…] a cultura de massa não é nem cultura nem é produzida pelas massas: sua lei é a novidade, mas de modo a não perturbar hábitos e expectativas, a ser imediatamente legível e compreensível pelo maior número de espectadores ou leitores. Evita a complexidade, oferecendo produtos à interpretação literal, ou melhor, minimal. Assim, a mídia realiza a “caça à polissemia”, pela demagogia da facilidade – fundamento da legitimidade desse sistema de comunicação (ADORNO e HORKHEIMER, apud MATOS, 1997, p. 70).

Ainda imerso nesse universo revisionista, o negacionismo (herdeiro do medievalismo), nos séculos inicias do período medieval população vivia sem o acesso ao processo de escolaridade e fundado no terraplanismo. Assim afirma Borges:

A Idade Média é um período em que se vê, associada à predominância da fé, uma enorme credulidade geral. Acreditava-se em lendas fantásticas, no paraíso terrestre, na pedra filosofal, no elixir da vida eterna, em cidades todas de ouro, etc. Existem lendas sobre os mares estarem assolados por monstros, sobre a terra que terminava de forma súbita por ser plana, etc.(BORGES, 1988)

Assim, com o tempo tudo isso será superado até chegar o movimento das luzes, ou melhor, com o Iluminismo atingiu a sua maturidade e os historiadores tentaram capturo sentido do movimento da História.

No século XI, muito embora não tenhamos vivenciado a morte desse movimento, o revisionismo histórico no campo historiográfico vem sofrendo profundos ataques com o crescimento no negacionismo em escala nacional com o governo atual..

Ao afirmar o revisionismo histórico, uma nova direita faz um apelo aos seguidores para desacreditarem também no patrimônio científico da humanidade. É a partir dessas novas formas reacionárias, impostas pela nova direita que o Brasil vem sendo vencido pela pandemia da COVID-19. Muitas mortes poderiam ter sido evitadas.

 Essa política negacionista evitou um planejamento dos governos e tornou secundário o isolamento social desvalorizando à prevenção da doença e da própria vida.

O que está intrinsicamente ligado a essa perspectiva é o desatino negacionista da nova direita brasileira. É a tradição reacionária do golpe de abril de 1964 fundamentada no alijamento das lutas de classes e da História.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BORGES, Vavy Pacheco. O que é História? São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.

EKSTEIN, Modris. A sagração da primavera: a grande guerra e o nascimento da era moderna. Rio de Janeiro: Rocco, 1991.

HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor W. Elementos do anti-semitismo. In: ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max (Orgs.). Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985.

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