Estou passeando por terras de pescadores, descascadores de cocos, carroceiros, homem do campo e também de mulheres guerreiras do lar, terra desconhecida para muitos e para mim bem familiar. Estou a descortinar cada cenário que me enche os olhos. Sou aquele artista em cena, diante de uma plateia sisuda que se prendem aos aplausos e por mais que tente encenar, contorcer meu corpo, me sinto desconhecido e não sabendo como roubar pelo menos um sorriso, começo a dar risadas de mim mesmo. Sendo um palhaço solto envolto nessa multidão, que apesar de não ganhar aquela atenção isso não entristece, pois a cada cena vivida torna esse palhaço um gigante a caminhar entre areias brancas e macias de um mar verde-azulinado, contornado por frondosos manguezais e robustos coqueirais que sua imagem chega a confundir, dando a impressão de um grande abraçar nesse mar pigmentado por embarcações. De garças e gaivotas que revoam em bandos e solitárias, onde caranguejos correm entocando em seu habitat fugindo das travessuras dos meninos que tentam pegar. Nesse palco iluminado pelo escaldante sol do verão, sinto-me um rei mesquinho e que nas noites cálidas a lua vem brindar com seu brilho fugaz.
Valter Lima
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