Lampejo


Fui extremamente adulta quando assimilei as travessuras de quando criança conseguia abrir um sorriso de cara sisuda, como se aquilo à mostrar tivesse algo que o fizesse amadurecer, guiava meus tropos passos que mesmo sem direção definida buscava a cada amanhecer um lampejo que o fizesse arder com brandura, já que as atribulações repentinas para mim  já companheira, transformava as brincadeiras de criança em algo responsável, procurar aquilo que o desconhecer golpeava de forma mesquinha, era assim apesar das deficiências enriquecedor para minha formação. Me vi por muitas vezes criança tolhida de espaço sociável, aquilo me machucava entretanto jamais perdi a seriedade das minhas atribuições, meu foco era infindo e buscando descobrir o desconhecido tornava-se de certa forma palpável em tempo inesperados. Quando se tem clareza nas suas atitudes, mesmo quando chega a acontecer o imprevisto, jamais poderia me furtar da responsabilidade de poder contribuir com o mínimo que seria para uma criança de sonho aguçado, com um alicerce familiar que moldava a seriedade de estar presente nas horas certas e incertas, desenvolvendo regras e respondendo as atribuições das missões recebidas. Cresci como todas as crianças tomando banho de rio e de chuva, buscando lenha e água, porque na época as leis ambientais não tendo uma fiscalização precisa, não transgredia as leis e tudo era permitido, porém com zelo até porque tíamos que manter viva as nascentes, tanto das águas quanto as vegetações mesmo sendo retiradas utilizava somente o que era preciso. Tudo passou de época, porém o tempo percorrido jamais poderá se distanciar da memoria dessa criança crescida.

Valter Lima

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