Anônimos No Picadeiro


Estamos no ponto à espera da próxima locomotiva que possa chegar com vagas e possamos nos acomodar a bagagem!… Há quantas bagagens que mesmo lacradas nos causam aquela expectativa nos transeuntes que freneticamente se movimentam no saguão no parque rodoviário. Não sou mais um na multidão, mas aquele que faz parte da miscigenação volumosa, onde buscamos ser aquele artista anônimo, sem pincéis, sem tintas, mas aquele um que goteja em pontos indeterminados, ora em pé, ora sentado sentindo um desconhecido na multidão um andarilho sem rumo que navega conforme o vento que sopra em sua costa. Onde testemunhamos ruídos, diversas palavras, rumores, músicas inconfundíveis de letras indecifráveis.

Logo a minha frente galerias de comidas, onde o cheiro começa a invadir minhas narinas, aprofundando a vontade de juntar a mesa e também poder saciar minha vontade de comer. Repentinamente ouço apitos, buzinaços que aproximam em todas as direções, atônitos fiquemos sem saber do que se tratava toda aquela manifestação.

Bem próximo da praça de alimentação, guardas já tomavam pontos estratégicos também sem saberem do sentido daquela movimentação, causando um reboliço entre os comerciantes, alguns fechavam até suas vitrines, temendo um furor de vândalos afoitos. Aquilo se aproximando, uns corriam outros parecia abrir caminhos, diante dessa euforia e expectativa surge um pequeno artista circense em cima de um micro monociclo, trajando-se de palhaço onde conseguia com suas habilidades fazer malabares, e que era a atração principal do circo que estava armado no pátio rodoviário.

                                                                                    Valter Lima

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