Saudosa Porto Calvo


Bateu saudade aqui. Dos tempos que eu tinha padaria na rua Dr. Antônio Dorta, no Centro. Saudade dos dias de feira, aos domingos. À época, muita gente na cidade! Lembro-me bem do Gabira, vendedor de caldo de cana com pão doce – chegava a vender mais de mil pães por feira. Era referência em Porto Calvo: melhor caldo de cana. Entretanto, nosso querido Gabira não era conhecido somente por seu caldo de cana. Também promovia o melhor arrasta-pé no São João da nossa cidade, na rua do Varadouro. Frequentado por muitos, especialmente por Géo Barbosa, Zé Paulino, Manoel Januário, Caio de Lima, Nenéu e tantos outros boêmios de antão, eita São João arretado. E esses imortais portocalvenses amantes do velho e bom forró, que saudade.
Por que não lembrar também o maior locutor da feira de Porto Calvo, o famoso Cirô? O maior treinador de futebol do Botafogo portocalvense. Que os jogadores e torcedores do São Sebastião me perdoem, mas, se não me falha a memória, nunca fomos derrotados no Campo do Varadouro pela equipe forte do São Sebastião.
Mas, voltando a minha velha padaria, vem à memória o grande vendedor de pão em todos os engenhos da nossa colonial Porto Calvo: Roque, que, além de excepcional comerciante, tinha outro grande atributo: era o maior puxador de cantos das cambindas durante o Carnaval. Ah, saudade do Brasil, saudade de Porto Calvo!

* Ney Pirauá, advogado e historiador

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