PESADELO


Sou aquele que joga
Descreve fatos vividos, se deita na rede recompões eras,
Sonha de olhos abertos para não se perder,
Viaja na ilusão de encontrar aquela rosa amarela
Que entrelaçada na janela em carrapichos,
Se mostrava abusada, mas de olhar sereno,
Como o esconder veneno, de uma comigo-ninguém-pode,
Ou quiçá trepadeira, camuflada em violetas,
E nessa vaga insistência, já não sei se durmo ou levanto.
Me viro de canto à canto e no balanço,
Já me sinto possuído pelo frescor da noite
Que bate em meus olhos cansados.
E nesse balançar de rede, uma sinfonia longínqua,
Feito um sussurro, ou canto de pássaro arredio,
Mas que pousa suavemente a meu lado,
Sinto um beijo quente, saído da fornalha de lenha,
E um abraçar caloroso e vadio, de um par de coxas lisas e carnudas,
Mas ao tentar retribuir com o mesmo abraço,
Já não encontro nada a meu lado,
E o vazio me fez acordar desse lindo pesadelo.

 

Valter Lima.

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