Anater capacita agentes de ATER para 1º programa voltado a comunidades indígenas


curso que prepara os agentes locais para atuar com as famílias indígenas, respeitando seus modos de vida e criando alternativas viáveis frente a crise na produção da mandioca

A Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) está promovendo durante toda esta semana, no Oiapoque, norte do Estado do Amapá, o Curso para capacitação de Agentes Ambientais Indígenas (Agamins) e extensionistas do Instituto de Extensão Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) que atuarão no Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Socioambiental para Famílias de Povos Indígenas do Oiapoque/AP (ATER Indígena do Oiapoque).

O primeiro programa de ATER específico para povos indígenas vai alcançar 400 famílias, em 65 aldeias nas Terras Indígenas Uaçá, Galibi e Juminã, dos povos Karipuna, Galibi Marworno, Palikur Arukwayene e Galibi Kali’na, em 5 regiões do município de Oiapoque (AP).

O contrato chamado de Instrumento Específico de Parceria (IEP) assinado pela Anater com o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (RURAP), entidade pública do Governo do Estado, prevê o investimento de R$ 4,7 milhões, dos quais R$ 3,8 milhões são do Governo Federal, destinados por meio de emenda parlamentar (R$ 1 milhão), da Secretaria de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas e Tradicionais (SETEQ/MDA) (R$ 1 milhão), e do Programa Fomento Rural, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) (R$ 1,8 milhão). Outros R$ 900 mil são do Governo do Estado do Amapá. Pelo Fomento, cada família poderá receber R$ 4,6 mil não reembolsáveis para desenvolverem seus projetos produtivos.

Objetivos

O curso tem foco na construção participativa de projetos produtivos, como alternativas à produção de mandioca, severamente impactada pela praga vassoura-de-bruxa, além de outras variedades do tubérculo. Entre as possibilidades discutidas estão o cultivo de banana, melancia, o incentivo à comercialização e ao empreendedorismo com o artesanato indígena.

O diretor administrativo da Anater, Camilo Capiberibe, articulou a implantação do Programa de ATER Indígena do Oiapoque pelo Governo Federal, a pedido do Conselho dos Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO). Do Oiapoque, onde participou de vários momentos da capacitação, considera a iniciativa um exemplo de política pública inclusiva, compromisso do Governo Federal para a proteção dos povos originários, a produção de alimentos saudáveis e a segurança alimentar.

“É um curso que prepara os agentes locais para atuar com as famílias indígenas, respeitando seus modos de vida e criando alternativas viáveis frente a crise na produção da mandioca. Estamos construindo soluções com os próprios protagonistas”, disse o diretor.

“Essa formação representa um marco para o fortalecimento das comunidades indígenas, pois alia conhecimento técnico com valorização cultural e fomento direto à produção sustentável. A união entre os Agamins e nossos técnicos é fundamental para garantir resultados concretos”, afirmou o diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz.

Caminhos

O agamin Vanderson Iaparra participa do curso, representando sua comunidade e ressaltou a relevância da capacitação e está otimista com o Programa. “É importante aprender essas técnicas para ajudar nossa comunidade a encontrar novos caminhos. A mandioca é a base da nossa alimentação e cultura, mas precisamos de novas opções para continuar vivendo bem em nossas terras”, declarou o indígena.

A analista técnica da Anater, Maria da Graça, instrutora do curso, enfatizou o caráter participativo da metodologia. “Trabalhamos com base no diálogo e na escuta ativa das comunidades, respeitando seus saberes e propondo soluções que possam ser aplicadas de forma concreta. O protagonismo dos Agamins é essencial nesse processo”, reforçou.

Capacitação

Nesta semana, além do curso no Amapá, para o Programa ATER Indígena do Oiapoque, a Anater realizou cursos presenciais em outros 3 estados (MA, RN e AL), para o Programa ATER Bem Viver Semiárido, que alcançará 5,5 mil famílias de agricultoras e agricultores, capacitando, ao todo, mais de 80 extensionistas de entidades parceiras.

Fonte: GOV.BR

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