XADREZ


No baile ela dançava em rodopio
Atraindo olhares se fazendo de discreta,
Não conseguia fixar olhar, desviava com trejeito incauto
Abria os braços abraçando o vazio,
Ria e cantava em coro ritmado,
Bebia em goles cadenciados, não negava sua juventude
Que energeticamente se fazia preparada,
Disputava entre as outras mulheres, todo os ritmos e todas as coreografias.
O meu peito apertado e sem jeito,
De tentar me aproximar
Distanciava a cada olhar.
Enquanto ela graciosamente,
Tornava a Dama daquele jogo de Xadrez,
E que Peões, Reis e Bispos
Arreavam seus Cavalos e partiam,
Deixando-a como uma Rainha a debutar.

 

 Valter Lima

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