Adolescentes assistiram a documentários produzidos por jovens das grotas de Maceió e participaram de oficina de rima
Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em unidades de internação no Estado participaram, nesta quinta-feira (22), de atividades promovidas pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). O momento se deu por ocasião do Mês das Juventudes, público com o qual a Seprev trabalha com ações de prevenção à violência e com medidas socioeducativas.
Por meio do programa Digaê! – Juventudes, Comunicação e Cidade, o ONU-Habitat busca engajar e fortalecer juventudes periféricas, cria oportunidades para que esses jovens intervenham em seus territórios, através de processos comunicacionais e produtos culturais, promovendo a superação de desafios e da estigmatização social.
As atividades realizadas no sistema socioeducativo incluíram a exibição de curta-metragens e mini-documentários produzidos por jovens de diferentes grotas de Maceió. A coordenadora adjunta de Programas da ONU-Habitat, Paula Zacarias, ressalta que a apresentação dos vídeos buscou inspirar os socioeducandos a explorarem suas próprias narrativas, motivando o senso de identidade e pertencimento.
“Nós compartilhamos com os socioeducandos os materiais, coletâneas, os podcasts e documentários produzidos pelos jovens do Digaê para que sirvam de inspiração para os jovens que se encontram em cumprimento de medidas aqui no Complexo Socioeducativo de Alagoas. Esse trabalho foi complementado com atividades e dinâmicas para que os socioeducandos possam também expressar suas opiniões e contar a história de seus lugares”, disse Paula Zacarias.
Os adolescentes também participaram de uma oficina de rima proporcionada pelo coletivo Rap em Movimento (RAPEM). Os jovens tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura hip-hop e criar suas próprias rimas, conectando-se com os temas em questão e expressando suas experiências e emoções.
Para o adolescente W, de 15 anos, o projeto Digaê enriqueceu as atividades pedagógicas e educacionais que já são realizadas rotineiramente dentro das unidades de internação.
“Aqui na medida socioeducativa aprendi muito sobre respeito, sobre como me comunicar com o próximo e cultivar bons costumes que vou levar para a vida. As atividades de hoje vieram enriquecer ainda mais esse processo, nos inspirando a buscar os nossos objetivos”, comentou o adolescente.
Inclusão
Fábio Oliveira, secretário executivo de Coordenação das Políticas de Prevenção à Violência da Seprev, ressaltou que a inclusão do público socioeducativo na agenda do Programa Digaê é uma oportunidade para transformar realidades e abrir novos horizontes para esses jovens.
“Foi um momento importante para que nossos adolescentes entendam que a educação, a cultura e a arte são capazes de transformar vidas. Esse é o pontapé inicial de outros projetos que vamos trazer para o sistema socioeducativo, visando a plena reinserção social dos nossos jovens e adolescentes”, afirmou o secretário.
O evento teve a participação do defensor público Fábio Passos, da presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Alagoas e superintendente de Promoção, Fortalecimento e Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef), Isabela Larisse; do superintendente de Juventude da Secretaria de Estado do Esporte, Lazer e Juventude (Selaj), além de técnicos da Superintendência de Medidas Socioeducativas da Seprev.
O coordenador de Programas da ONU-Habitat, Alex Rosa, falou que o tema das juventudes é muito importante para o desenho de futuro em que a organização acredita.
“Nós precisamos que esses jovens se engajem cada vez mais no processo de transformação do seu território, e sejam os propulsores deste modelo de cidade que queremos construir. Nosso lema é ‘Não deixar ninguém para trás’, e isso se faz olhando para novas políticas e ações que permitam reverter as desigualdades e promovam uma prosperidade urbana que seja inclusiva”, explica o coordenador de Programas da ONU-Habitat, Alex Rosa.
O evento foi encerrado com uma apresentação musical executada pelos próprios socioeducandos.
Fonte: Agência Alagoas
Sem Comentário