A coordenadora técnica do CRAD, Ruthiléia Barbosa, ajuda pais e adolescentes a prevenir a gestação não intencional
A Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) tem intensificado ações que visam alertar sobre os riscos da gravidez na adolescência. Como parte destas iniciativas, a Seprev tem disponibilizado uma equipe multidisciplinar no Centro de Referência em Atenção a Crianças e Adolescentes (CRAD), que oferece atendimento integrado, para minimizar problemas físicos, emocionais e sociais causados pela gestação nessa fase da vida. O CRAD funciona 24h, de segunda a sexta-feira, e está localizado na Avenida Desembargador Barreto Cardoso, n° 433, na Gruta de Lourdes.
A coordenadora técnica do CRAD, Ruthiléia Barbosa, afirmou que toda gravidez que acontece antes dos 18 anos é considerada de risco, uma vez que a adolescente ainda não está preparada física e psicologicamente para a gestação, independentemente de ser planejada ou não.
“Os riscos físicos são diversos e incluem a interrupção prematura da gestação com um aborto espontâneo, anemia, eclampsia, entre outros. Além disso, pode ocasionar uma série de problemas emocionais e psicológicos para a mãe, como o desenvolvimento de ansiedade, depressão pós-parto, frustração e medos que vão interferir diretamente no seu processo natural de desenvolvimento e impactar o período mais importante da sua vida”, destacou.
A coordenadora disse ainda que até os 14 anos incompletos toda relação sexual, mesmo consentida, se caracteriza como estupro de vulnerável e que vítimas desse tipo de violação de direitos contam com o auxílio do CRAD.
“Quando uma adolescente engravida de uma relação nessa faixa etária é importante que os pais procurem a autoridade policial para efetuar a denúncia e que as unidades de saúde que fazem o acompanhamento pré-natal notifiquem o Conselho Tutelar para que a situação seja investigada. Aqui no CRAD nós acolhemos vítimas que sofrem esse tipo de violência, prestando auxílio por meio dos atendimentos psicológico, jurídico e social, além de proporcionar outras atividades alusivas ao tema através da Supervisão de Enfrentamento à Violência”, ressaltou.
“Toda atenção deve ser direcionada à prevenção da gravidez na adolescência, mas caso ocorra em decorrência de violência sexual, a vítima pode contar com o auxílio do CRAD”, disse.
SEMANA NACIONAL
Entre os dias 1º e 8 de fevereiro ocorre em todo o país, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência. A data, instituída em de 2019 por meio da Lei nº 13.798, tem o objetivo de compartilhar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência de gravidez nessa fase da vida.
No Brasil, o índice de gravidez na adolescência ainda é considerado alto. Estima-se que todos os anos mais de 400 mil adolescentes brasileiras se tornam mães entre os 12 e os 18 anos, o que representa quase 50% a mais do que a média mundial, segundo o Ministério da Saúde. A questão é considerada um problema social e de saúde pública, uma vez que expõe mãe e filho a uma série de riscos e leva adolescentes a um círculo de constante pobreza e baixa escolaridade, ocasionada pela evasão escolar, pelo impacto na economia familiar, entre outras razões.
Fonte: Agência Alagoas
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