Método Canguru foi criado pelo Ministério da Saúde para aprimorar o cuidado com os bebês nas unidades de saúde
A coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, Marglene Oliveira, destacou que reduzir os índices de mortalidade infantil no Município é um dos principais ganhos da formação.
“Muitas vezes recebíamos esses bebês e não tínhamos para onde encaminhar ou prestar um atendimento adequado, por isso, consideramos essa sensibilização tão importante. A partir dele, nossos profissionais da Atenção Básica podem oferecer essa assistência com um olhar diferenciado”, ressaltou a coordenadora.
Dentre os assuntos apresentados pelos palestrantes estiveram a Política Nacional de Atenção Humanizada ao recém nascido pré-termo e baixo peso (RNPT/BP) no Brasil e no estado de Alagoas; principais conceitos para conhecer o RNPT e BP e os aspectos emocionais inerentes à chegada do bebê prematuro na família.
Como uma das facilitadoras, a capacitação contou com a psicóloga infantojuvenil do Município, Regina Japiá. A profissional enfatizou a importância de um ambiente emocionalmente saudável para o desenvolvimento do bebê.
“Aqui estamos falando sobre a necessidade de termos uma rede de apoio preparada para receber essa criança. E, inclusos nessa rede estão não só os pais, mas todos aqueles que rodeiam o recém-nascido. Isso vai desde nós, profissionais da saúde, até alguém que more na mesma rua daquela família, por exemplo. Todos precisamos entender sobre formas de orientar, ajudar e conduzir situações que envolvam a chegada de um bebê, principalmente, se ele for prematuro, pois isso refletirá decisivamente no adequando crescimento e desenvolvimento da criança”, pontuou.
Segundo a tutora do Método Canguru na Atenção Primária e Hospitalar do Município, Edjane De Biase, o curso de sensibilização foi planejado pelo Ministério da Saúde como forma de capacitar os profissionais para que todos os bebês prematuros tenham direito à continuação do cuidado após a saída do hospital
“O cuidado com a criança no Sistema Único de Saúde inicia no período gestacional, com o atendimento de pré-natal, depois há a assistência hospitalar, que, no caso de recém nascidos pré-termo e de baixo peso há a necessidade de um maior cuidado e acompanhamento. A terceira etapa se dá justamente quando essa criança sai da maternidade e vai para as unidades de saúde, que precisam estar preparadas para receber e orientar o público”, explicou.
A fisioterapeuta da e-Nasf 6, Gabriela Machado, enfatizou que o curso irá agregar positivamente ao trabalho que já é desenvolvido junto às gestantes assistidas pelo grupo multiprofissional do qual ela participa.
“Estamos muito satisfeitos com as informações repassadas nessa capacitação porque conseguiremos, a partir do que estamos aprendendo aqui, orientar nossas gestantes durante o período de pré-natal para que elas possam saber lidar da melhor forma e ajudar com maior assertividade os seus filhos, caso venham a ser prematuros”, revelou.
Além de palestras e dinâmicas de grupo, o evento contou também com exposições de material audiovisual e momentos práticos com a realização de oficinas para a construção de Ecomapas (instrumento de abordagem familiar) e para abordagem de temas como postura e manuseio do bebê, nutrição e amamentação e cuidados diários.
Ao final dos dois dias de capacitação, os profissionais devem elaborar um plano de ação, para implementar o cuidado canguru em seus locais de trabalho.
Sobre o Método Canguru
O Método Canguru é um modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, internado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, voltado para o cuidado humanizado, que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial. Nele é estimulada a presença dos pais na unidade neonatal com o livre acesso e a participação nos cuidados com o filho. Estes devem ser individualizados, respeitando o sono e o estado comportamental do recém-nascido. O pai e a mãe são orientados a tocar o filho e a realizar a posição canguru precocemente.
A ação é desenvolvida em três etapas – do pré-natal da gestação de alto risco, até a internação do recém-nascido pré-termo na Unidade Neonatal; após o parto, ainda na unidade hospitalar, onde o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe, que participa ativamente dos cuidados do filho; e, na terceira etapa, quando o bebê vai para casa e é acompanhado, juntamente com sua família, pelo ambulatório do seu hospital de origem e pela Unidade Básica de Saúde, até atingir o peso de 2,5 kg.
Fonte: Ascom SMS
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