Alunos aprenderam como agir em áreas de atentados, ataques e acidentes com o uso de artefatos explosivos e preservar ao máximo a cena de crime
Com o número crescente de atentados, ataques e acidentes com o uso de artefatos explosivos, órgãos de segurança pública de todo o país têm se mobilizado para capacitar equipes no combate a esse tipo de crime. A localização e coleta de vestígios em locais de crime dessa natureza podem levar a identificação dos criminosos como também a origem de materiais utilizados na confecção de cargas explosivas usadas pelos criminosos.
O atual evento nessa área é o 1º Curso de Técnico Explosivista Policial – I CTEP/2022 do Estado da Paraíba, que contou com uma instrução de peritos criminais nos dias 26 e 27 de novembro na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Estado do Rio Grande do Norte. O evento contou com uma importante contribuição da Polícia Científica do Estado de Alagoas.
Gerard Deokaran, perito criminal do Instituto de Criminalística de Alagoas e os peritos Elson dos Santos e Micael Rodrigo Machado, ambos do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Estado do Rio Grande do Norte foram os instrutores do curso. Eles deram aulas de coleta e preservação de vestígios em locais de crime com uso de explosivos para policiais militares da Paraíba e do Rio Grande do Norte que irão atuar como técnicos explosivistas dos respectivos Estados.
Os peritos contaram com o apoio e participação da equipe de coordenação do curso composta pelo pelo Capitão Adriano Frazão e Tenente Antônio Guedes do Gate PMPB, pelos Sargentos Joabson Araújo, Rodrigo Andriola e Cabo Leandro Campos do BOPE PMRN.
O perito criminal alagoano explicou que objetivo da instrução foi capacitar e habilitar o técnico explosivista a reconhecer, preservar e coletar vestígios biológicos, papiloscópicos, balísticos, químicos e demais vestígios que possam indicar os autores e a natureza do material explosivo. Os alunos aprenderam ainda a preservar ao máximo a cena de crime de forma que o Perito Criminal possa realizar a dinâmica da ação criminosa o mais próximo da realidade.
“Na instrução, o grupo teve a oportunidade de ver, na teoria e na prática, os vestígios latentes que podem ser identificados de maneira adequada e com uso dos equipamentos apropriados. Eles aprenderam os procedimentos de coleta de vestígios e de desativação de artefatos explosivos com uso de equipamentos como traje antibomba, robô e canhão disruptor. Como também a montar contra cargas específicas para desmontagem de artefatos de forma que é possível realizar coletas de diversos vestígios”, explicou o perito criminal.
Durante o curso, os alunos policiais tiveram a oportunidade de conhecer materiais de uso pericial, tais como espectrômetro Raman portátil para identificação de explosivos, pós-reveladores de impressões digitais, kit de filtros e luzes forenses para identificação de vestígios biológicos e demais materiais usados pelo perito criminal em levantamentos técnicos periciais. Deokaran afirmou que essa parte foi de extrema importância para que eles consigam entender o trabalho do perito e a importância do técnico explosivista na preservação de vestígios no início da cadeia de custódia, pois na maioria das situações o técnico explosivista vai precisar alterar a cena de crime para realizar os procedimentos de desativação de acordo com a doutrina mundial utilizada.
“Foi uma excelente experiência porque pudemos realizar procedimentos inovadores onde a preservação de evidências foi vista também como prioridade de segurança, apesar de ser a penúltima neste tipo de trabalho. Nas atividades práticas eles puderam utilizar os equipamentos e contra cargas específicas, onde vários vestígios foram preservados e coletados, alguns deles foram analisados no local sendo identificado sais de nitrato, comumente utilizados em emulsões encartuchadas com o uso do espectrômetro, os outros serão analisados no Laboratório Forense do Estado de Alagoas”, disse Deokaran.
Cadeia de custódia
Outro aspecto importante foi a preservação da cadeia de custódia que eles aprenderam e treinaram, pois as atividades foram acompanhadas por peritos criminais de forma que nas situações onde o artefato explosivo oferecia perigo os alunos realizaram as coletas de vestígios com as técnicas e equipamentos adequados de acordo com as prioridades de segurança previstas na doutrina. Esses vestígios coletados foram passados aos peritos criminais que são responsáveis pelo acondicionamento, transporte e rastreamento dos vestígios, o que torna a prova idônea dentro da cadeia de custódia.
Fonte: Agência Alagoas
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