Obra apresenta relatos e vivências de integrantes das forças de segurança
Estamos em 2023, mas a presença feminina nos espaços tidos historicamente como masculinos ainda é desafiadora para muitas mulheres. Para dar visibilidade aos desafios e conquistas de integrantes das forças de segurança, foi lançado na noite do domingo (13) o livro Mulheres da Segurança Pública.
Publicado pela Edufal e lançado durante a Bienal do Livro de Alagoas, no Centro de Convenções de Maceió, a obra conta com 27 relatos de integrantes da Polícia Militar (PM), Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Polícia Civil (PC), Polícia Científica (POLC) e Polícia Penal (PP).
O projeto foi encabeçado por Elaine Pimentel, doutora em sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e pela major Joyce Oliveira, chefe de Ensino Integrado da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
De acordo com a major Joyce, o projeto teve início há quatro anos. “A ideia de conceber uma obra de narrativas femininas na segurança pública surgiu em 2019, numa conversa informal entre mim e a Elaine Pimentel. Assim, iniciamos a idealização desta obra em plena pandemia, composta por mulheres que enfrentam o solo árido e extremamente masculino da segurança pública”, disse. “Este livro dá voz às mulheres sobre suas trajetórias pessoais e profissionais e o porquê da escolha de terem trilhado o caminho da segurança pública, além dos desafios enfrentados na carreira”, concluiu ela.
Para Elaine, mais do que relatos e vivências, essas histórias ratificam o profissionalismo e o mérito dessas servidoras públicas ao conquistar o direito de estar onde estão e servem de inspiração para que mais meninas e mulheres ambicionam uma carreira nas forças de segurança.
“As pesquisas evidenciam que a condição das mulheres é de silenciamento histórico, opressões e não ocupação de espaços de poder. É nessa perspectiva de busca por igualdade que nós sonhamos com instituições de Segurança Pública em que homens e mulheres ocupem os mesmos lugares, de condições de igualdade e de respeito”, disse.
A obra foi escrita pelas próprias personagens em relatos sensíveis e verdadeiros sobre suas experiências no exercício do seu trabalho. Aborda também a descoberta vocacional e suas relações com as instituições, mostrando que mesmo complicadas, resultaram em realização e amor por elas.
É o caso de Willienay Tavares, sargento do Corpo de Bombeiros. A militar se diz grata por ter feito parte do livro e que ele é importante para a sociedade compreender ainda mais o papel da mulher nas atividades de Segurança Pública.
“Eu acho que é uma forma de mostrarmos para a sociedade as dificuldades que ainda vivemos, mas também os pontos fortes da nossa profissão, como também, o que é ser mulher na segurança pública. Acredito que foi um grande passo e só tenho gratidão por ter feito parte desse momento e a todos que possam ter a oportunidade de ler a nossa obra também’, disse.
Fonte: Agência Alagoas
Sem Comentário