Certo dia, o então presidente do Senado Federal Renan Calheiros, foi ao meu apartamento para um encontro, que objetivava uma aliança política, em prol da candidatura de Renan Filho ào governo do estado.
Foi britânico no tocante ao horário. Conversou bastante sobre a campanha em andamento e as perspectivas de vitória, para pôr fim, sentenciar:
– Vamos ao assunto, porque em tempo de guerra, não se limpa a carabina.
Descontraiu e encaminhou a conversa. O resulta foi positivo. Uma nova parceria politica ficou ali estabelecida, para a satisfação de todos. Mudamos o assunto e ele me perguntou:
– Como vai o Téo?
Percebi naquela pergunta uma certa preocupação. Povoava na sua cabeça a possibilidade de o governador Tcotônio Vilela vir a apoiar o senador Benedito de Lira contra a candidatura do seu filho.
Procurei tranquilizá-lo:
– Vai devagar. Não há o que se preocupar. Acho que de ele vai apenas cumprir tabela.
Ele rebateu:
– Será mesmo? Deputado Temóteo, governo é como cobra que até morta faz medo. E, descontraidamente, esboçando um sorriso tranquilo interrogava-me:
– É ou não é? É ou não é?
– Não entendi bem: Quer dizer que um morto pode fazer medo?
– Claro que pode! Se tiver veneno, claro que pode!
Convenci-me de que ele tinha razão.
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