A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) lançou, em Paris, o Ano Internacional das Línguas Indígenas, para alertar sobre a necessidade de preservação desses dialetos. Segundo a organização, a grande maioria está desaparecendo. “Sem a medida adequada para tratar dessa questão, mais línguas irão se perder, e a história, as tradições e a memória associadas a elas provocarão uma considerável redução da rica tapeçaria de diversidade linguística em todo o mundo”, atestou a entidade internacional, em nota.
O Brasil, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), contribuiu diretamente com sugestões para a organização do ano internacional ao participar de conferência que aconteceu em setembro de 2018, na província de Hunan, República Popular da China. A estimativa é que sejam faladas cerca de 180 línguas indígenas no Brasil, dado que coloca o Brasil entre os dez mais multilíngues do mundo.
Nesse cenário, o Iphan coordena o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), que visa à identificação, documentação, reconhecimento e valorização das línguas faladas pelos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Esse trabalho já resultou no reconhecimento de sete línguas como Referência Cultural Brasileira, das quais seis são indígenas: Asurini; Guarani M’bya; Nahukuá; Matipu; Kuikuro e Kalapalo.
O Instituto também apoia o projeto Diversidade Linguística na Terra Indígena Yanomami, um dos grupos étnicos mais relevantes para o patrimônio etnolinguístico no Brasil. Este projeto está sendo executado pelo Instituto Socioambiental que, em parceria com as comunidades, realiza um grande diagnóstico sobre a vitalidade das línguas da família linguística Yanomami.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Cultura e da Unesco
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