O cineasta Alain Resnais produziu um filme na década de 1950, no contexto da Nouvelle Vague (movimento cinematográfico francês), a partir de uma encomenda feita pelo Comitê Histórico da 2ª Guerra Mundial, onde filme apresenta inúmeros campos de concentração do período do holocausto e um intenso material documental que informa uma profunda depressão econômica no período. O horror nazifascista desenvolveu um projeto de racionalidade a partir do extermínio de milhares de sujeitos.
O cinema precisa se libertar das formas alienantes e reificadas que a sociedade do capital produz. O cinema precisa buscar emancipar o sujeito das determinações da cultura consumista do capitalismo e de todo processo de dominação e barbárie da mídia contemporânea. No universo dos meios de comunicação de massa, o cinema persiste com a sua ontogênese humana, tornando-se uma janela possível para um reinvenção humana, um estágio maior ao desenvolvimento civilizatório repressivo do capital..
É com bastante criticidade que o cinema de Alain Resnais repudia uma sociedade desumanizada e mediada pela racionalidade da mercadoria. Em um sentido da ontogênese, tal repúdio demonstra a crise que se estabeleceu com o estranhamento da condição humana, conhecido também como “alienação”, que era compartilhado por um grupo exclusivo e seleto de uma burguesia alemã de Auschwitz.
Para Adorno, a lacuna que se estabeleceu na transição das antigas instituições, com as suas respectivas dessacralizações para um mundo mediado pela tecnologia, acabou deixando os indivíduos na barbárie cultural, distante de qualquer tipo de crítica, ou mesmo da sua própria cidadania, uma vez que os frankfurtianos defendem com bastante veemência a emancipação dos sujeitos. Colocamos em evidência os principais problemas que cruzam a inumanidade do filme Noite e Neblina. Esta é a lição do pensador alemão Adorno, o cinema ensina que a arte se mantém fiel aos homens graças à sua inumanidade.
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