AQUARELA NUA


E de repente me ví e senti vontade de colorir as coisas, de ver mundos diferentes, se jogar no imaginário e despir daquilo que me aflorava, tracejar linhas inconstantes deixar enovelar em tramas de figuras caricatas e feições grotescas, buscar multicolorir de tal forma que as formas se avizinhasse do normal. Mas como começar a misturar cada pigmento até chegar, á sei lá qual a cor desejada; comecei a selecionar os pinceis mas para que, se as cores já tingiam a minha mente e eu apenas não tinha noção de como transmitir através dos pinceis tudo aquilo me despertava e também repentinamente se contraia. Me retive sem saber como começar mesmo estando diante da fonte criadora ali exposta, sentia mesquinho para desenvolver cada risco. Difícil desenvolver o que figurar naquele painel até então imaginário; traços rápidos, figuras femininas, paisagens, objetos ou traços desencontrados. O que fazer nesse embaralhado todo que entres cores em minha mente se aglutinavam miscigenando de tal forma que mesmo sem começar, tive finalmente uma verdadeira obra de arte.

 

Valter Lima.

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