Quando governador do Estado de Alagoas, Silvestre Péricles de Góes Monteiro mantinha urna relação bastante conflituosa com a Assembleia Legislativa.
O deputado Mello Motta, médico e intelectual bastante respeitado, era o líder da oposição e batia duramente no Governo da tribuna da Assembleia por meio do seu jornal O Diário do Povo.
O clima era delicado e periclitante entre Motta e Silvestre.
Certo dia, os deputados formaram uma comissão suprapartidária e foram ao encontro do governador com o fito de acabar com aquela situação desagradável e preocupante. No palácio Marechal Floriano Peixoto, com o governador, os deputados começaram a fazer suas considerações, ponderações e acenavam para um pacto de paz. Silvestre ouviu-os atentamente e, ao final, manifestou-se:
– Eu aceito a trégua. Eu faço o acordo.
Os deputados animaram-se. Já sentiam o êxito do encontro. Um, mais entusiasmado, indagou:
– E como será o acordo, governador?
Silvestre respondeu, perdendo a compostura:
– Digam a sua Excelência, o deputado Mello Motta, que o acordo é o seguinte: eu entro com o falo, e ele com a tripa gaiteira.
Os deputados voltaram indignados, aborrecidos, perplexos, desolados e convictos de que o problema do governador era de natureza psiquiátrica.
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