Laboratório da Uncisal completa 10 anos como referência em Fonoaudiologia no Brasil


Latec desenvolve pesquisas inéditas no país; trabalhos resultaram em uma parceria com universidade americana

Criado em 2014, o Laboratório de Audição e Tecnologia (Latec) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) completa 10 anos de fundação como referência na área de Fonoaudiologia no Brasil. O trabalho pioneiro desenvolvido no Latec ao longo dos últimos anos ganhou projeção nacional e internacional, resultando em uma parceria inédita com a Universidade de Vanderbilt, no Tennessee, nos Estados Unidos.

O idealizador do laboratório é o professor e pesquisador Pedro de Lemos Menezes. Ele explica que a origem do Latec está no Laboratório de Instrumentação e Acústica, criado em 2005 para servir como base para pesquisas e para aulas práticas do curso de Fonoaudiologia. “Eu havia acabado de concluir o mestrado e nós conseguimos uma sala para começar as pesquisas em localização sonora. Nesse início, nós contamos com a colaboração de dois professores de São Paulo”, explicou o Pedro de Lemos Menezes.

A grande guinada do laboratório aconteceu entre os anos de 2012 e 2013, quando o grupo de pesquisa teve a oportunidade de conhecer o trabalho do professor John Grose, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. “Ficamos impressionados com o trabalho dele, que é bastante prático, e ficamos interessados em fazermos uma cooperação científica”, expôs.

Entre os anos de 2013 e 2014, o laboratório finalmente se tornou Latec e começou a ampliar a sua estrutura física e a receber novos pesquisadores. “Eu me credenciei em programas de mestrado e, logo em seguida, em programas de doutorado, que possibilitaram que cada vez mais pesquisadores fossem incorporados. Hoje nós contamos com uma equipe formada por 35 pessoas”, detalhou Pedro de Lemos Menezes.

Uma das iniciativas que se destaca no Latec é a pesquisa sobre a chamada Síndrome Congênita do Zika Vírus, especialmente no que diz respeito à audição. Coube ao Latec encabeçar um levantamento na Uncisal, que resultou na publicação de artigos acadêmicos, em apresentações de trabalhos científicos e em uma tese de doutorado. Em uma dessas apresentações, os pesquisadores alagoanos chamaram a atenção de pesquisadores americanos e firmaram a primeira parceria internacional do laboratório.

“Conseguimos contato com a professora e pesquisadora Linda Hood, que desenvolve um trabalho muito próximo ao nosso e é considerada referência mundial na área de potenciais evocados. Nós fomos convidados a conhecer a estrutura da universidade e passamos uma semana entendendo a metodologia de trabalho dela e da equipe dela para tentar implantar na Uncisal”, acrescentou o professor Pedro de Lemos Menezes.

Idealizador do laboratório é o professor e pesquisador Pedro de Lemos Menezes – Foto: Ascom Uncisal 

Graças a essa parceria, a Uncisal firmou um convênio, aprovado pelo equivalente ao Ministério da Saúde dos Estados Unidos, para estudar de forma detalhada os impactos da infecção na audição das crianças com microcefalia e, então, estabelecer diagnóstico e tratamento mais adequados para esses casos. O estudo contou com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e recebeu cerca de R$ 3 milhões.

Para a professora e pesquisadora Kelly Andrade, integrante do Latec, o laboratório desempenha hoje um papel importante dentro da Uncisal, por proporcionar um ambiente favorável para investigação e experimentação, permitindo que os alunos, professores e pesquisadores expandam os limites do conhecimento.

O desenvolvimento tecnológico proporcionado pelo Latec também é motivo de orgulho para a pesquisadora. “Muitas descobertas científicas feitas no laboratório acabam sendo aplicadas no desenvolvimento de tecnologias inovadoras que podem beneficiar a sociedade em geral, impulsionando a economia e o progresso tecnológico”, apontou Kelly Andrade.

Apesar dos avanços, os integrantes do laboratório reconhecem que ainda existem desafios a serem enfrentados. “Considero que o Latec, nestes últimos 10 anos, alcançou bastante maturidade científica. Contudo, alguns desafios estão atrelados a este momento, como é o caso da gestão de dados, uma vez que, com o aumento do volume de dados gerados por experimentos, a gestão eficaz de dados torna-se um desafio significativo. Garantir a segurança, integridade e acessibilidade dos dados é fundamental para o sucesso das pesquisas. Além disso, destaco a nossa busca incansável pelo estudo de temáticas que representem verdadeiramente impactos sociais e que possam promover a saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, concluiu a professora e pesquisadora Kelly Andrade.

Fonte: Agência Alagoas

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