Ministro da casa Civil, Rui Costa assina memorando que formaliza estratégias de desenvolvimento entre os dois países. Plano impulsiona projetos de cooperação tecnológica e produtiva
Nesta terça-feira (13/5), durante a cerimônia de assinatura de atos no Grande Palácio do Povo, em Pequim, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, Zheng Shanjie, assinaram memorando de entendimento relativo à primeira etapa do Plano de Cooperação entre os dois países.
“Vamos montar fóruns específicos para avançar a participação, por exemplo, na área ferroviária, na produção de trens, de metrôs, de VLTs, como também um fórum especial para que eles possam acompanhar processos de leilões de estradas, de portos e aeroportos”, disse Costa.
Celebrado em novembro de 2024, durante a visita ao Brasil do presidente da China, Xi Jinping, o plano foi consolidado para o estabelecer de sinergias entre o Novo PAC, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-Americana e a Iniciativa Cinturão e Rota. O memorando prevê a instalação de fóruns para ampliar a participação chinesa em investimentos na área da infraestrutura.
O documento assinado oficializa o início da primeira etapa da cooperação, com o objetivo de promover progressos nessa parceria internacional. “Estamos aqui para materializar aquilo que assinamos em novembro, o compromisso mútuo entre os dois países. Todos esses acordos buscam parcerias para o desenvolvimento tecnológico, com a formação de talentos, instalação de centros de desenvolvimento tecnológico e a produção no Brasil de empresas chinesas associadas às empresas brasileiras”, explicou o ministro Rui Costa.
O ministro lembrou que, recentemente, em viagem anterior à China, ele se reuniu com empresários chineses interessados em instalar unidades no Brasil, como por exemplo para a produção de medicamentos.
A agenda permitiu ainda que o ministro destacasse a intenção do Governo Federal em transformar cada um dos acordos firmados em desenvolvimento econômico e social para o povo brasileiro. “Estamos buscando transformar isso em emprego, em renda, em investimento, em cooperação técnica, em formação de profissionais, para a área de tecnologia, ou seja, avançar parcerias com as universidades e com os institutos de pesquisas”, ressaltou.
As articulações da Casa Civil junto aos outros ministérios do governo brasileiro estabeleceram condições para que fosse viabilizada a assinatura de mais de 20 atos bilaterais. “Quando os países se encontram e fazem um acordo, nós temos que comemorar. Significa que duas nações chegaram em um entendimento”, considerou.
Durante as agendas preparatórias, em Pequim e Xangai, no mês de abril deste ano, o ministro Rui Costa esteve em reuniões com o governo chinês e com empresas públicas e privadas que têm atuação na área de infraestrutura, saúde e tecnologia com objetivo de prospectar alianças que também incluem empreendimentos da carteira do Novo PAC. Foram quatro dias de missão internacional, nos quais o ministro realizou uma maratona de agendas para promover o mercado brasileiro no país asiático e finalizar as tratativas dos acordos assinados nesta terça-feira (13).
Antes, no Brasil, o ministro se reuniu com o embaixador da China, Zhu Qingqiao, e com representantes de algumas das empresas chinesas. Ampliação de armazenamento de energia, obras em rodovias, parceria com os estaleiros brasileiros, carteira de concessões, produção industrial, relações comerciais e inteligência artificial foram alguns dos assuntos apresentados nos encontros em solo brasileiro.
Cerimônia
Os presidentes Lula e Xi Jinping acompanharam a assinatura do memorando entre Rui Costa e o ministro Zheng Shanjie. Após todos os atos serem firmados, o presidente chinês afirmou que as assinaturas beneficiam os dois países. “Para o desenvolvimento constante e profundo entre a China e o Brasil, concordamos que essa amizade China-Brasil tem uma base bem sólida. Os dois países possuem interesses comuns e grande espaço para realizar maior cooperação”, avaliou Xi Jinping. “Vamos nos manter fiéis à nossa aspiração inicial, de assumir a responsabilidade pelo progresso humano e pelo desenvolvimento global”.
Considerando o contexto econômico internacional e os acordos multilaterais firmados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o interesse do Governo Federal em fortalecer a parceria, classificando os atos firmados como um momento histórico para o Brasil.
A relação entre o Brasil e a China nunca foi tão necessária. A Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável, que estabelecemos em novembro passado, é uma alternativa às rivalidades ideológicas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”, discursou o presidente Lula.
“Os quase 30 atos que assinamos hoje comprovam o dinamismo que o presidente Xi e eu temos imprimido ao relacionamento bilateral. Não é exagero dizer que, apesar dos mais de quinze mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos”, comemorou.
Plano de Cooperação
Desde o estabelecimento do plano, em 2024, as equipes coordenam trabalhos para impulsionar projetos de cooperação tecnológica e produtiva nas áreas de sistema de transporte de carga multimodal; indústria estaleira; insumos farmacêuticos ativos (IFAs), medicamentos, equipamentos médicos e vacinas; ciência, tecnologia e inovação; inteligência artificial; satélites e telecomunicações; energias limpas e renováveis e transmissão de ultra-alta tensão; políticas de proteção ambiental e restauração vegetal; gestão de emergências e riscos de desastres; formação e capacitação de recursos humanos; e cidades inteligentes.
Fonte: Gov.BR
Sem Comentário