Mulheres rurais alagoanas estão mais presentes na gestão dos estabelecimentos agropecuários


Alagoas supera média nacional de mulheres liderando propriedades no campo, chegando a 25%, enquanto média brasileira é de 20%

As mulheres rurais alagoanas estão cada vez mais presentes na gestão dos estabelecimentos agropecuários no estado, chegando a superar a média nacional. As informações foram divulgadas pelo jornal Tribuna Independente, desta sexta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher. Segundo a reportagem, o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina na administração do agro no cenário brasileiro é de 19,7%. Em Alagoas, de acordo com o último Censo Agropecuário (2017), o número chega a 24,59%.

No povoado de Jenipapo, em Igreja Nova, situado na região do Baixo São Francisco alagoano, a agricultora Luciene de Carvalho mostrou que faz parte do quantitativo de mulheres que estão na gestão da propriedade da família. Enquanto o marido trabalha em outras atividades externas à propriedade, ela se divide entre os cuidados da casa e dos filhos, com o trabalho no campo, organizando os horários de ordenha das vacas e beneficiamento de produtos.

“Desde pequena eu gosto de trabalhar na roça, plantando fumo, feijão, macaxeira, mandioca, milho e batata. Quando casei, continuei na profissão: ele trabalhando fora e eu dentro da propriedade. Essa é uma coisa que eu gosto de fazer, me sinto muito bem. A mulher é guerreira, ela pode tudo. Quem pensa que não tem mulher capaz, agora estão vendo que tem sim”, acredita a agricultora.

Luciene integra o Núcleo de Mulheres da Associação dos Produtores Rurais do Povoado Jenipapo, ao lado de mais dez mulheres que estão buscando independência produtiva e financeira e já esperam participar da próxima chamada pública do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA. O núcleo foi organizado com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri), da Emater Alagoas e da Secretaria de Agricultura de Igreja Nova, com objetivo de oportunizar mais acesso às políticas públicas voltadas para as mulheres agricultoras.

“Quando investimos na agricultura familiar, damos oportunidade de aumentar a participação das mulheres na produção de alimentos saudáveis, promovendo, principalmente, sua independência financeira no campo. Vamos continuar trabalhando com o time empenhado para que mulheres rurais alagoanas tenham oportunidades mais justas e igualitárias na produção agrícola do estado”, acredita a secretária da Agricultura, Carla Dantas.

A reportagem trouxe, ainda, o depoimento da extensionista Cinthia Fontes, assistente social da Emater Alagoas na região do Baixo São Francisco. Ela acredita que é importante garantir e viabilizar os direitos sociais de acesso, principalmente para o empoderamento do público rural feminino.

“Trabalhar na extensão rural, sendo mulher, numa área que tem a maioria masculina é um desafio. Mas conseguimos entender as agricultoras com uma escuta e olhar percebendo os desafios que as mulheres com multitarefas possuem. Na região, a assistência técnica da Emater ajudou a aumentar a produtividade de leite do povoado. Agora, estamos com o núcleo de mulheres que estão atuando de forma coletiva, para trabalhar junto à associação para crescer ainda mais”, destacou a extensionista.

ncentivo à inclusão 

É através da assistência técnica no campo que a Seagri vai executar, em 2024, o projeto-piloto Ater para Mulher, uma iniciativa que prevê a inclusão produtiva de mulheres através de fomento e de assistência técnica no campo, o que vai aumentar a participação feminina na produção agropecuária.

A proposta do projeto-piloto é levar assistência técnica e extensão rural, com 41 extensionistas atendendo mais de 1.500 famílias em 21 municípios alagoanos. O público que será atendido pelo Ater para Mulher é preferencialmente feminino com destaque para a priorização de Comunidades Tradicionais e Assentadas e Acampadas, contribuindo de forma inclusiva para o protagonismo das mulheres no campo.

Fonte: Agência Alagoas

Anterior MP Alagoas recomenda a prefeita de Porto Calvo para não se promover pelas redes sociais da prefeitura
Próximo Secult participa de discussões sobre intercâmbio cultural durante encontro do Consórcio Nordeste

Sem Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *