Grande parte das comidas típicas oferecidas nas celebrações são produzidas pela agricultura familiar
O período de festas juninas é um dos mais aguardados durante o ano por grande parte das famílias brasileiras. Concursos de quadrilha, correio elegante, fogueiras, bandeirinhas coloridas e, claro, as comidas típicas que fazem parte dessa tradição.
Mas você sabia que a produção no campo também está presente nos festejos? Do tempero usado para dar aquele sabor especial no caldo verde até o milho cozido ou assado, boa parte das comidas típicas oferecidas é cultivada e produzida pelas mãos dedicadas de agricultoras e agricultores familiares.
Presente em diferentes receitas do cardápio junino, o milho é considerado um dos alimentos mais populares e versáteis para o consumo. Durante as festas ele ganha ainda mais destaque, servindo como base de muitas delícias que compõem as mesas das festas em todo o país, tais como canjica, mungunzá, pamonha, curau, bolo, cuscuz e a broa.
O milho é um tipo de grão que está ligado às tradições rurais e ao modo de vida das comunidades do campo. De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, realizado em 2017, 44% do milho cultivado em todo país é proveniente da agricultura familiar.
A agricultura familiar produz 51% do arroz consumido no país. Em suas diversas maneiras de preparo, ele agrada a muitos paladares e é presença garantida nas festas juninas, além de ser um dos alimentos mais comuns nas mesas das famílias brasileiras. Pratos como o arroz doce, a galinhada, o arroz carreteiro e o baião de dois são algumas das comidas típicas encontradas nas celebrações tradicionais.
Para Ana Terra Reis, secretária de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), as comidas típicas das festas juninas representam um elo direto com a cultura alimentar das comunidades do campo. “Falar de pamonha, de milho verde, de amendoim, são hábitos alimentares cotidianos do campesinato brasileiro. Essa agricultura familiar contribui principalmente na manutenção dessa memória afetiva e da cultura alimentar dos povos”, afirma.
Consumidos principalmente em épocas de frio, os caldos também são comuns nas festas juninas. Encontradas na maioria das receitas, a mandioca e a batata também estão presentes na agricultura familiar. Cerca de 70% da produção de mandioca consumida pelos brasileiros vem do campo, enquanto o consumo da batata chega a 12%. O Censo aponta ainda que 45,5% de todo frango consumido no Brasil é ofertado pela agricultura familiar. Esses alimentos desempenham papel fundamental na economia das comunidades rurais.
“Ter, nessa época do ano, um consumo concentrado desses alimentos proporciona que eles alcancem preços mais vantajosos para esses produtores, mas também garante essa comercialização nesse período, que é o final da safra. Muita gente da agricultura familiar, inclusive, planeja a sua produção para atender as festas juninas, e isso é uma contribuição muito grande”, destaca a secretária Ana Terra.
- A maçã se tornou um símbolo tradicional das festas juninas por causa da maçã do amor. Foto: Divulgação
Doces juninos
Paçoca, pé-de-moleque, pé de moça, todos eles têm no amendoim um ingrediente em comum. O cultivo dessa leguminosa pode ser uma alternativa para diversificar a produção e gerar renda. Cerca de 70% do amendoim produzido no Brasil são exportados e 30% permanecem no mercado doméstico. O consumo per capita no país é de 1,1 quilo/ano, enquanto nos Estados Unidos chega a 6 quilos/ano e na China, 13 quilos/ano.
As frutas não perdem espaço nos festejos juninos e são encontradas em forma de doces. A maçã do amor e uva do amor, por exemplo, estão entre os mais consumidos durante as festas, agradando principalmente o paladar da criançada.
Ainda de acordo com o Censo, estima-se que das 1.127.274 toneladas da maçã consumidas pelos brasileiros, 17% são produzidas pelos agricultores familiares, enquanto das 334.198 toneladas de uvas produzidas em todo país, 230.857 são vindas da agricultura familiar, representando 31% do consumo pelas famílias brasileiras.
Fonte: GOV.BR
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